Inicialmente, a Gestão de Compras dentro das instituições hospitalares é um departamento estratégico que contribui muito com a melhoria no resultado financeiro.
Nessa linha, segundo a publicação da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP), no ano de 2020, a despesa com materiais médicos e medicamentos representou 23,19% da despesa total dos hospitais.
Nesse sentido, às vezes, a estratégia de comprar os produtos de menor valor para redução de custos, não é a melhor saída ou solução, pois é necessário avaliar o resultado, tanto financeiro quanto o assistencial.
Por isso, uma estratégia da Gestão de Compras busca avaliar o resultado financeiro. E, como a maior parte das negociações comerciais é baseada em revistas de referência de valor, vamos entender melhor este cenário?
Revistas de referência de valor
Pois bem, as revistas de referência possuem um banco de dados extenso, em nível nacional, tais como materiais médicos, medicamentos e produtos para a saúde, que são comercializados por diversos fabricantes e laboratório, os quais compartilham os dados de seus produtos para a utilização do mercado.
As revistas de referência são muito utilizadas na rotina das empresas de saúde (públicas e privadas); a princípio, elas eram mais voltadas aos setores de compras e licitações, devido a divulgação dos preços de fábrica e/ou PMC, o preço máximo ao consumidor.
Veja mais a seguir.
Revistas de referência: importantes balizadores
Mais adiante elas passaram a ser importantes balizadores para as negociações (entre empresas privadas e operadoras de planos de saúde).
Além de serem frequentemente utilizadas como padrão de comunicação, onde as informações são facilmente encontradas através das codificações designadas a cada cadastro de um item, como o registro Anvisa, classificação, embalagem, preço e outros.
E, com a implementação da TISS 3 (Troca de Informação na Saúde Suplementar) pela Agência Nacional de Saúde (ANS), agora podemos ter, também, a codificação TUSS (Terminologia Unificada da Saúde Suplementar).
As revistas possuem versões impressas e digitais, estas mais utilizadas pelas instituições que as versões impressas. Elas são geralmente disponibilizadas nos mais diversos setores operacionais para consultas e negociações, desde suprimentos, almoxarifado e farmácia, até o faturamento, passando pelos setores de autorização, auditoria de contas médico-hospitalares, comercial e glosa.
Nos setores de Gestão de Dados, como o cadastro ou tecnologia da informação, é muito utilizada para a atualização dos sistemas (ERPs) por meio da importação dos arquivos extraídos.
Os dados das revistas: pontos de atenção e interpretações
Há uma vasta gama de fabricantes e laboratórios, e como não são todos que publicam seus produtos, algumas codificações TUSS homologadas pela ANS não estarão nas revistas.
Como vimos no artigo, sobre 2 estratégias para evitar bloqueio de faturamento hospitalar de material e medicamento, quando alguma atualização ocorre com o produto ou com o fabricante, por exemplo, vencimento do registro e produto fora de linha, o registro ANVISA pode alterar e a atualização dos dados nas revistas não acontece em tempo real.
Por isso, além de nortear as negociações em relação aos preços, as revistas classificam os produtos, desde os medicamentos, dietas, suplementos, soluções e materiais.
Sobre a classificação: segundo algumas metodologias e características
Em relação aos materiais, temos os materiais de consumo, materiais especiais, órteses, próteses e outros. Esses termos que também encontramos no mercado nem sempre são utilizados igualmente para o mesmo material entre as instituições.
Isso porque há critérios distintos para definir a sua classificação, considerando algumas metodologias e características, por exemplo, classificação devido ao valor do produto, conforme a necessidade de estoque, com base nas orientações da ANS, entre outras.
Desde já, o setor de suprimentos, que está envolvido diretamente no cadastro dos produtos no Sistema de Gestão Hospitalar, deve observar com atenção não apenas o cadastro das revistas, mas também como as operadoras de saúde os classificam, pois dependendo da classificação, isso pode impactar no resultado da instituição.
O impacto desta divergência na classificação: entenda!
O impacto desta divergência na classificação é notado na dificuldade de identificação, pois nem sempre é uma informação aberta ou facilmente difundida até as áreas operacionais, gerando assim, impacto na correta precificação e na apresentação do material nos ERPs. Uma vez que, geralmente, há diferenciação na negociação e a apresentação na guia TISS e arquivo XML é totalmente diferente.
Outro fato importante, é atentar-se para os dados obtidos das revistas e homologados pela ANS, pois alguns materiais de tamanhos, cores, ou outras características distintas são unificadas através de um código TUSS. Porém, são diferenciados pelos códigos das revistas e vice-versa, pois também existem produtos publicados com mais de um TUSS homologado.
Esses são alguns pontos importantes que necessitam de análise, conhecimento e acompanhamento diário, pois todas essas divergências não mitigadas ou resolvidas podem gerar bloqueios e glosas, onerando o processo e o resultado financeiro.
Por isso, os setores de suprimentos, setor comercial e cadastro (e/ou TI) precisam estar alinhados e trabalharem em conjunto para garantir a correta parametrização do sistema.
A solução necessária
Nesse contexto, o Verzo, uma ferramenta disponível para auxiliar a Instituição Hospitalar a identificar as alterações realizadas nas revistas e órgãos regulatórios, e permite ainda analisar produtos com maior resultado para que a comissão técnica consiga avaliar a viabilidade na assistência ao paciente.
