Segurança do paciente e a redução de danos e riscos
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), “segurança do paciente se trata da redução do risco e danos desnecessários a assistência em saúde até um mínimo aceitável, ou seja, é a redução de atos inseguros nos processos assistenciais e uso das melhores práticas para se alcançar os melhores resultados ao paciente”.(1).
Nesse contexto abordamos a Segurança Medicamentosa, considerada uma questão complexa e desafiadora, que de acordo com os dados do Instituto para Práticas Segura no Uso de Medicamentos (ISMP), os erros de medicação, de forma geral, correspondem a 30% dos erros que ocorrem em hospitais, sendo uma das principais causas de danos associados ao cuidado em saúde em todo o mundo.
O erro de medicação é considerado como um evento evitável, relacionado às etapas da cadeia medicamentosa, as quais são: prescrição, dispensação, preparo, administração e monitoramento pós administração. E nessas etapas estão envolvidas a equipe multidisciplinar, constituída na sua maioria por: médico, farmacêutico e enfermeiro, além de outros profissionais.
Estudos mostram que grande parte dos erros de medicação acontecem nas etapas de dispensação, preparo e administração (Teixeira TCA e Cassini SHB,2014), e que o custo anual associado a erros de medicação é estimado em U$$ 42 Bilhões/Ano, quase 1% do total de despesas em saúde no mundo.(2)
Desafio Global de Segurança do Paciente lançado em 2017
Reconhecendo o alto risco de danos associados ao uso de medicamentos, a Organização Mundial de Saúde (OMS), lançou em 2017 o 3º Desafio Global de Segurança do Paciente, com o tema “Medicação sem Dano”, com foco na segurança medicamentosa.
A meta desse desafio é reduzir em 50% os danos graves evitáveis com medicamentos em um período de 5 anos, o desafio finaliza em 2022.
Tecnologia aliada à Segurança do Paciente
Esse desafio conta com o desenvolvimento de sistemas de saúde mais seguros e mais eficientes em cada uma das etapas da terapia medicamentosa, tendo a tecnologia como grande aliada dessas ações.
A tecnologia compreende diversos softwares que apoiam o gerenciamento dos medicamentos, desde a sua aquisição até o pós-administração.
Existem vários sistemas e ferramentas tecnológicas disponíveis atualmente no mercado, que apoiam os sistemas de saúde, e uma delas é conhecida como “Sistema Verzo”, desenvolvido para apoiar a gestão hospitalar em três modalidades, sendo uma delas a gestão de medicamentos.
O “Verzo Gestão de Medicamentos”, realiza o cruzamento de informações de um sistema do hospital, com outras bases de informações do mercado que estão em constante atualizações, como ANS e Anvisa, indicam medicações equivalentes para substituição, apoiando também a farmacovigilância e consequentemente a segurança do paciente.
Outros sistemas que também possuem interface com ferramentas tecnológicas, e que apoiam a segurança medicamentosa, são os sistemas de prontuário eletrônico, e de forma mais específica na Prescrição Médica Eletrônica, onde todo medicamento gerenciado pelo sistema possuirá uma base de dados cadastrados de forma estruturada, possibilitando a construção de uma prescrição com padrões de segurança.
A Prescrição Médica Eletrônica constitui um formato padronizado e automatizado para prescrever medicamentos, além de alertas de interação medicamentosa, medicamentos de alta vigilância, recomendações farmacêuticas, apoio a avaliação farmacêutica e a decisão clínica.
O processo de segurança medicamentosa também requer profissionais com sensibilidade e atenção para o planejamento e implementação de medidas, estratégias e protocolos, em busca da prevenção e redução de potenciais erros, sendo fundamental a colaboração mútua da equipe multidisciplinar.
Referências: